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Afinal, para que serve tecnologia mesmo?

Tecnologia é componente essencial de qualquer sistema de educação corporativa. #ProntoFalei. Assim como é essencial para emitir boletos, fazer pedidos, controlar orçamento ou qualquer outra função executada dentro de uma corporação.

Discutir SE tecnologia faz parte é bobagem. Discutir COMO tecnologia faz parte também é bobagem – existem dezenas de bons provedores de serviço e centenas de casos interessantes para usar como benchmark. Esta revista publica em todas as edições casos ótimos nos quais se inspirar.

Resta discutir POR QUE tecnologia faz parte. E esta pode ser uma boa discussão – se ultrapassarmos o óbvio.

O óbvio é que tecnologia controla o processo, aumenta produtividade, garante acesso universal 24X7, gerencia fluxos de atividade e todas aquelas outras coisas que os sistemas nasceram para fazer, principalmente depois que os smartphones tornaram o acesso à rede ubíquo. É óbvio também que a tecnologia ajuda a empacotar o conteúdo que depois ela irá distribuir. E é óbvio também que a tecnologia cria um substrato para as trocas humanas que têm que acontecer em qualquer processo de aprendizado social.

Mas, isto é muito pouco. É meio como discutir o papel do automóvel, do celular ou da mesa com cadeira no processo de educação. Cadeiras ergonômicas são importantes, mas não deveriam ter grande destaque na sua proposta de valor.

Minha proposta é que a tecnologia existe para adicionar (1) Emoção e (2) Inteligência ao processo educacional. Que serve para articular (3) Sinergias em (4) Níveis de Serviço cada vez mais altos. E que serve para desenvolver (5) Conteúdos cada vez mais precisos e úteis, cada vez mais disponíveis na hora exata, na situação exata, para a pessoa exata.

Emoção

Por que existem tantas fotos e vídeos de gatinhos, cachorrinhos e bebês fofos na Internet? Resposta rápida (e verdadeira): porque nós adoramos vê-los. Resposta mais longa (e também verdadeira): conseguir uma resposta emocional do consumidor de conteúdo por meio de um recurso como estas imagens e vídeos é uma forma poderosa de capturar a atenção da pessoa que os vê (no caso, nós).

Este conceito é essencial de ser compreendido por qualquer pessoa que trabalhe com processos de comunicação.

Se eu te perguntar quais foram os momentos mais importantes da sua vida, o que você vai me responder? Se você for uma pessoa normal, coisas como casamentos, nascimentos, mortes, grandes conquistas e grandes perdas, viagens incríveis, decisões cruciais… Momentos em que houve grande carga emocional envolvida. Isto é óbvio. O que não é óbvio é o que vem agora: não é porque estes momentos foram importantes que eles tiveram uma grande emoção associada. Ao contrário, é porque eles tiveram uma grande carga emocional envolvida que nós os consideramos importantes. E é por causa disto que não os esquecemos.

A Emoção é a métrica que usamos para definir se algo é realmente importante. Se gera emoção é importante. Se não gera, não é. Se é importante, eu lembro. Se não é, eu esqueço. Simples assim.

Entendeu por que é tão importante adicionar elementos emocionais nos programas de educação? Entendeu por que eles têm que ser divertidos, impactantes, envolventes? Entendeu por que você precisa de imagens, vídeos, música, dança, jogos? Porque se não, eles são esquecidos! Uma das funções essenciais da tecnologia é ajudar a trazer emoção para os momentos corretos por um custo razoável. E ajudar a criar uma experiência memorável.

Inteligência

As burras que me desculpem, mas inteligência é fundamental. Eu estou falando das empresas e seus sistemas de educação corporativa, ok? E quando falo inteligente, falo apenas de fazer o que funciona. Falo de usar a solução certa para o problema certo.

As últimas décadas foram alvo de uma verdadeira revolução conceitual a respeito de como aprendemos. Os conceitos de construtivismo e de andragogia mudaram tudo. As descobertas da neurociência quanto a múltiplas inteligências lançaram nova luz sobre a forma como entendemos, memorizamos e acessamos o conhecimento guardado em nossos cérebros. Hoje sabemos por pesquisa que qualquer processo de treinamento deve ser 70% prático, 20% interativo e apenas 10% expositivo.

E, mesmo assim, a imensa maior parte da educação corporativa (imensa mesmo, quase toda) ainda é feita por uma pessoa ativa em pé perto de uma tela ou uma lousa de frente para outras pessoas passivas sentadas em cadeiras tentando decorar de forma ineficiente o que a outra transmite.

Negar o construtivismo, a andragogia, o aprendizado vivencial, as técnicas de gamificação, os círculos de diálogo, a EAD e todas as formas como a tecnologia pode nos ajudar a transformar a experiência do aprender em algo mais eficaz, mais eficiente e mais divertido é simplesmente estupidez.

Sinergias

De vez em quando acho que tem uma regra escrita nos manuais de RH que diz assim “Todo o conhecimento de que precisamos existe dentro da empresa e acessaremos o ambiente externo apenas quando for desesperadamente necessário. Todas as outras vezes usaremos soluções baratas e caseiras, mesmo que a qualidade seja deplorável. ”

Estamos mergulhados em um mar de conhecimento. Qualquer processo, prática, conceito, sistema ou método que imaginemos tem um especialista em algum lugar do mundo, acessível por um clique. E ele provavelmente fala inglês como primeira ou segunda língua. A necessidade de improvisar é zero.

Nossos clientes e nossos fornecedores estão embutidos na mesma rede de conhecimento que nós e conseguimos reuni-los em tempo real por custo marginal sempre que um problema de negócio ou uma oportunidade de inovação aparece. Compartilhar informação e conhecimento aumenta o valor da cadeia e aumenta a margem de todos os seus atores.

E, mesmo assim, apenas uma parcela ínfima das empresas usa este potencial infinito de aprendizado por método. Alguém consegue me explicar por quê?

Nível de Serviço

Todos nós esperamos ser tratados como pessoas únicas. Queremos ser reconhecidos, acarinhados, ter nossas expectativas compreendidas e atendidas em níveis que sejam confundidos com carinho. Queremos nos sentir amados.

Isto é nível superior de serviço – nos sentir tão bem tratados que isto só é possível porque alguém gosta de nós. E que transforma este gostar em uma sequência de atividades realizada com precisão e esmero, sempre focada em mim com a intenção de me atender nas minhas mais íntimas necessidades.

Nível alto de serviço requer informação sobre a pessoa atendida, um processo cuidadosamente desenhado para suprir suas necessidades da forma o mais individual possível e um controle de timing impecável. Isto requer MUITA tecnologia.

Conteúdo

Entender qual, entre milhões de opções, é o conteúdo mais útil para meu consumidor no momento em que ele manifesta a necessidade é uma das atividades mais difíceis de se fazer em um processo de aprendizado.

Os métodos tradicionais de ensino simplesmente organizam uma sequência de conteúdos de acordo com a lógica pessoal de alguém (ok, maldade, tem método envolvido) e espera que esta organização seja boa suficiente para a maior parte das pessoas que vão recebê-la.

Isto simplesmente não é bom o suficiente. Se tem algo que sabemos é que as pessoas pensam diferente, usam a informação de formas diferentes, percebem valor e utilidade de formas diferentes, motivam-se para a aprendizado a partir de pontos diferentes. E que, portanto, deveriam receber o conteúdo da forma mais ajustada possível a seus universos interiores diferentes.

No método tradicional isto é muito difícil. Com mediação de tecnologia não só isto é possível, como é relativamente fácil e natural.

Conclusão

Tecnologia torna os processos de aprendizado mais emocionantes, mais inteligentes, constrói pontes melhores, aumenta a satisfação de quem participa deles e transmite conteúdo melhor, mais sintético e mais útil.

O uso intensivo de tecnologia em processos educativos possibilita uma infinidade de novas formas superiores de fazer estes processos acontecerem.

Compreender e usar estas formas faz parte da nova descrição de cargo de qualquer educador, em especial no mundo corporativo.

Negar isto é desconhecer a evolução que aconteceu nas últimas décadas. Em nenhuma outra área do negócio isto seria aceitável. Por que deveria ser na Educação Corporativa?

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