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10 Lições de Liderança da Guerra dos Tronos

Semana passada terminou a sexta temporada de Guerra dos Tronos. Foi uma temporada importante, que chegou ao final trazendo várias definições e, principalmente, reduzindo bastante a complexidade para o que deve ser a reta final da grande disputa.

Neste momento, salvo eventuais surpresas, temos três grandes candidatos ao trono de ferro – Cersei Lannister, John Snow e Daenerys Targaryian. São três grandes candidatos. Todos chegam à reta final pelos seus próprios méritos, tendo sido testados exaustivamente em batalha. A briga vai ser duríssima.

Cada um dos três candidatos tem um estilo completamente diferente e analisar suas virtudes e sua trajetória pode nos ensinar bastante sobre o que realmente faz diferença na busca pela liderança em um cenário turbulento e adverso como o do seriado.

Cersei só agora assume o papel de protagonista, depois de anos na posição de coadjuvante. Visceral e calculista, é a mais inteligente dos três e a melhor articulada politicamente – Maquiavel teria muito orgulho dela. Assim como seu pai, Cersei sonhava em colocar um filho no trono e comandar das sombras, mas nenhum deles estava à altura. Nesta etapa ela vai ter que assumir o protagonismo com tudo de bom e ruim que isto significa – o poder está em sua mão, mas o alvo passa a estar pregado em suas costas.

Cersei nos ensina algo essencial:

  1. Protagonismo não é de graça. Não dá para liderar da posição #2. E assumir a posição #1 tem um preço. Ter o poder em suas mãos traz uma grande responsabilidade junto. Até agora todas as suas decisões e maquinações eram freadas pelo fato de que a caneta sempre estava na mão de outra pessoa, que pagaria o preço pelo eventual erro. Muitos sofreram em suas mãos e ela sofreu bastante também pelos limites deste jogo. Agora que está sentada no trono será divertido ver como se vira com a inversão do jogo político, e com as dívidas que assumiu para chegar onde está.
  2. Não tenha medo de ser quem você é. Apenas quando ela se liberta das opiniões dos outros e assume inteiramente suas idiossincrasias é que ela assume o trono. Cada pessoa é diferente. O caminho de cada um é diferente.

John Snow, agora já conhecido como John Stark, é um líder que percorreu o caminho do herói pelos próprios pés. Comeu o pão que o diabo amassou na Patrulha da Noite e nas terras ao norte da muralha, ganhou o respeito dos seus liderados por sua habilidade em combate e por sua integridade moral, morreu e renasceu, o que nem foi uma grande adição ao seu currículo impressionante. Galvanizou o norte e agora se apresenta irretocável como opção ao trono. Até a questão do sangue impuro já se resolveu!

John também tem grandes ensinamentos para nos dar:

  1. Reputação vale ouro. John é irretocável moralmente. Seus homens o amam por isto e seus inimigos o respeitam por isto. Aliás, nunca vi ninguém converter inimigos em aliados como ele. Sua retidão e seu desapego pelo poder o tornam um líder poderoso, que as pessoas respeitam e seguem pelos cenários mais absurdos.
  2. Decisões ancoradas em valores são sempre boas decisões. John chega até aqui, apesar de todos os riscos que correu e dos erros que cometeu, porque sempre tomou decisões baseadas em valores que as pessoas podiam reconhecer e admirar. Mesmo quando erra não perde a admiração de seus liderados, que entendem o porquê de cada decisão.
  3. Hesitação pode ser fatal. John é lento para decidir e costuma hesitar em momentos chave da história. Muita gente sofreu e muita gente morreu por conta disto. Na verdade, ele mesmo literalmente morreu por resistir em tomar decisões difíceis em relação a pessoas. Ainda bem que Melisandre estava por perto…
  4. Você precisa de aliados que compensem suas fraquezas. A capacidade de John de trazer pessoas brilhantes para seu lado é impressionante. E ele é sábio em reconhece-las e deixa-las trabalhar. Ao longo do caminho foram várias – Samwell, Tormund, Davos, Sansa e agora a sensacional Lyanna Mormont. Um verdadeiro dream team!

E tem Daenerys, a mãe dos dragões. Certamente a candidata mais poderosa ao trono. Além do direito natural ao título, o que torna sua posição forte por natureza, Daenerys reúne um conjunto potente de predicados. Assim como John teve que percorrer o caminho do herói e se afirmar como líder em um cenário que privilegia os homens. Assim como Cersei percebeu que seu caminho para o poder estava em assumir o protagonismo e assim como John se cercou de gente boa ao seu lado. E ainda tem três dragões! Só não leva se fizer algum erro crasso.

Daenerys é um belo personagem, e tem também a nos ensinar:

  1. Potencia sem estratégia não é nada. Até a chegada de Tyrion, o anão que nasceu para ser conselheiro de reis, Daenerys andava em círculos, ora avançando com ferocidade, ora se perdendo em seus erros. Apenas com a chegada do estrategista (que ela teve a sabedoria de acolher) é que seus esforços triunfam e que ela consegue finalmente se organizar para a batalha final.
  2. Símbolos são importantes. Ninguém soube usar melhor sua trajetória para criar uma aura de vencedora – mãe dos dragões, nascida do fogo, libertadora dos escravos – Daenerys construiu uma imagem que a torna irresistível na batalha de Relações Públicas. Apenas John Snow tem alguma chance ao disputar com ela os corações e mentes do povo. Cersei quase morreu por subestimar a importância disto.
  3. Se você tem três dragões, use-os! Apenas quando Daenerys usa seu poder sem restrições, soltando os bichos sobre a frota dos senhores escravistas, é que ela afirma de fato sua condição de candidata ao trono dos sete reinos. O poder traz responsabilidade. Mas, não o usar é infantilidade.

Assim como nas empresas, é fácil perceber nestes personagens a importância que um líder tem. Sem Liderança não dá para executar uma estratégia. Aliás, sem Liderança não há estratégia. Sem Liderança, não há por quê. Há apenas como e o quê. Sem Liderança, não há mudança, não há o novo. Há apenas a repetição do antigo.

Os Líderes são os responsáveis por alinhar os esforços, engajar as pessoas, fazer as partes cooperarem entre si. Quanto mais complexo o sistema, maior a importância da liderança. E os líderes são os responsáveis por manter a motivação qualquer que seja o cenário. O líder energiza, faz mover. Pela fala, pela ação, pelo exemplo.

Um último aprendizado, que é meio óbvio, mas que vale a pena ser registrado, é:

  1. Para ganhar, tem que jogar. Apenas na hora que você se assume como líder e se propõe a ser o protagonista de grandes conquistas, é que você tem a chance de ganhar. Ninguém vai te dar o trono de graça, você vai ter que lutar por ele!

Estes três, cada um a seu modo, serão os protagonistas da próxima temporada, que eu e milhões de pessoas pelo mundo estão esperando ansiosamente. É muito prazeroso ver grandes líderes em ação, na vida real ou na ficção. E sempre dá para aprender alguma coisa!

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